quinta-feira, 4 de março de 2010

Emoções à flor da pele


Li hoje no Blogue http://asnovenomeublogue.blogspot.com/ algo que me fez repensar o porquê de me ter "metido" nesta aventura da blogoesfera.
Pois bem, aqui vai...
Apeteceu-me partilhar futilidades, apeteceu-me falar de cores de vernizes, tendências de moda, o tempo lá fora, etc, tudo isto para fugir um pouco à realidade.
Sim, isto de falar de cremes serve para afogar mágoas profundas que me dilaceram o coração, serve para descarrego de tensão, serve para me sentir uma Alice num país de maravilhas, porque na realidade nenhuma (ou muito poucas) vida é assim.

Sei que tenho mais que muito para agradecer a Deus e sorrir, mas como qualquer ser humano tenho as minha fragilidades.
Descortinando um pouco o meu véu: tenho um relacionamento lindo, que não tem a aprovação dos meus pais, pelo simples motivo de ele ser mais velho que eu, faz 10 anos e eu divido-me entre a minha Família e o meu Amor porque reunir os meus dois Mundos é uma utopia.
Nos dois últimos anos vivi entre o trabalho e hospitais, com a minha sogra e a minha ama internadas (ambas com cancro) uma batalha dolorosa em que, em ambos os casos a doença venceu.

Vivi os dois momentos até hoje que mais me marcaram, entrar numa morgue para vestir a minha sogra (último pedido dela), sinto que um pedaço de mim ficou naquela sala fria, metálica, tão impessoal.
E a notícia de ter perdido quem de mim cuidou desde o berço, quem me incutiu todos os valores que tenho, quem fez de mim a Mulher que sou hoje.

Desde então sou eu quem cuida do meu príncipe, a casa, a roupa, as refeições, as compras no fundo comprometi-me a cuidar dele como a mãe o fazia como tentativa de diminuir o sofrimento dele (que ainda está muito presente).

O meu paizinho que é o Homem mais importante da minha vida, é alcoólico, tem uma cirrose de último grau diagnosticada e continua a beber. Já nos fez sofrer muito, mas eu Amo-o, com um Amor tão forte, tão puro, verdadeiramente arrebatador.

Existem mais situações difíceis, ou menos fáceis na minha vida, mas julgo que por hoje chega.
Sou Feliz, porque apesar de tudo sou muito abençoada com a Força e com a Fé de que se é isto que tenho, é com isto que eu me vou gladiar e vencer.

3 comentários:

  1. Todas nós carregamos os nossos males.
    Mas aqueles que não sabem fazer outra coisa que não seja lamentarem-se, normalmente os seus males roçam a futilidade.
    Depois há os outros, que suportam as amarguras da vida com um erguer de cabeça, com o olhar posto no futuro e com a coragem de verdadeiros heróis. Assim como tu, minha querida.
    E nós cá estamos, a partilhar histórias. E sem nos conhecermos sentimos necessidade de deixar uma palavra sobre aquilo que lemos.
    Outra vez, descambamos para o disparate (e até para a futilidade), só porque sim!

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  2. Exactamente como tu, também já me perguntei o porquê de escrever um blog. E é tal e qual isso que dizes.
    Porque sim, porque de vez em quando apetece partilhar como quem não conhecemos, nem vemos. Porque escrever faz bem. Nem que seja só para nós. É a ideia do diário: das coisas sérias e das futilidades, daquilo que quisermos.
    Força, querida, muita força...

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